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Boletim Informativo nº 44 - SSGNR
ver terra.
Fiquei no lado da janela e vi como tudo
ia ficando mais ao longe e mais e mais
até só haver mar e céu confundidos
num só. O voo durou duas horas e meia
e foi muito agradável, era melhor do
que viajar de carro numa estrada, pelo
menos não havia buracos para fazer
solavancos.
Olhei para baixo e vi terra, ali estava
a Ilha Terceira. Descemos do avião e
fomos buscar a bagagem. Ao viajar
do aeroporto para a ‘’nossa’’ casa vi
parcelas de terra separadas por muros
de terra e fiquei muito curiosa por
saber para que serviam, vi muitas flores
lilases, azuis e brancas nas bermas das
estradas e fiquei igualmente curiosa,
vi que nessa ilha era tudo tão verde a
contrastar com a cidade de cimento a
que estava habituada.
Cheguei à dita casa, esta ficava instalada
na cidade de Angra do Heroísmo que
era Património Mundial, ficava mesmo
à beira-mar, era um sonho tornado
realidade, agora poderia dar asas à
minha imaginação e adormecer ao som
do mar.
O meu pai conheceu dois membros
dos SSGNR, eram muito simpáticos e
explicaram-me que os muros de pedra
eram os “serrados”, que as flores lilases,
azuis, brancas eram “hortênsias” e
acrescentaram que a cada ilha foi
atribuída uma cor, a Ilha Terceira era a
“Ilha Lilás” por predominar hortênsias
lilases; não havia dúvida que além de
simpáticos eram muito informados e
prestativos.
Eu sempre tive dois desejos: um deles
era viver uma aventura e o outro era
sentir-me uma heroína.
Eu estava adorando as minhas férias, ia
para uma praia que ficava a 2 minutos
de casa e achava tão curioso o facto de
a areia ser tão escura, porém eu sabia
que era devido ao vulcão que a tinha
originado.
Certa noite ouvi um som que mais
parecia o coaxar de uma rã ou o miar de
um gato, ergui-me e pé ante pé segui o
som, vi que vinha do jardim, abri a porta
silenciosamente para não acordar os
meus pais e o que vi? Vi uma pequena
ave caída no chão olhando para mim
muito assustada.
– Olá, não te assustes, eu sou a Eva!
Ela tinha um bico amarelo e forte com a
ponta em forma de gancho. Tentei pô-la
em pé, mas esta era muito desajeitada,
estava assustada e parecia tão
aflita e a precisar de muito
carinho e atenção, notei
que cheirava muito
a peixe e ri-me o
mais baixo possível,
com algum receio de
lhe pegar decidi ir buscar
a minha toalha de praia, p e g u e i -
lhe e pu-la no velho chapéu de praia
do meu pai. A ave piava e piava, então
pensei que deveria ter fome, entrei em
casa pensando como a alimentaria, fui
ao frigorífico buscar carnemoída e gema
ficavamesmo à beira-mar, era
um sonho tornado realidade