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Há monstros em Quiaios

Cheguei à colónia de Quiaios num domingo pelas onze horas da manhã, acompanhada

pelos meus pais e irmã, que bem cedo se haviam levantado para me ajudar a preparar a

mala e fazerem comigo a viagem desde Lisboa. Era a primeira vez que ia ficar dez dias

seguidos longe dos meus familiares.

Como tinha 11 anos sabia que devia dar

o exemplo às crianças que ali estavam

mais novas do que eu, não demonstrando

qualquer medo, pois afinal, estávamos na

colónia dos Serviços Sociais da GNR, o

lugar mais seguro do mundo!

Depois de passar os portões de entrada, encontrei muitas raparigas que pareciam ter

a minha idade e fui conhecê-las. Depois da visita à enfermaria e de conhecer a minha

camarata e jardim, já tinha feito algumas amizades: a Marta que trazia duas malas de

viagem, as gémeas Carolina e Catarina que eram mesmo muito parecidas, a Leonor e a

Francisca. Também conheci a minha nova monitora chamada Mónica, que me ajudou a

escolher uma cama e guardou os meus objetos de maior valor. Ela explicou que iríamos

acordar todos os dias às oito e meia da manhã e a hora de recolher seria pelas dez e meia

e, igualmente que poderíamos ligar diariamente à família no horário do “

tempo morto

”,

tanto ao almoço como ao jantar.

Fiquei contente por saber que naquele dia os meus pais iam almoçar comigo no refeitório

porque assim podia mostrar-lhes as duas piscinas enormes que havia na parte de trás da

colónia.

Depois do excelente almoço e de fazer

uma pequena visita guiada à minha

família tivemos de nos despedir, mas

antes eu prometi portar-me bem e

pôr bastante protetor solar para não

apanhar um “

escaldão

”.