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- Se forem, vamos apanhá-los!
Saí também da cama e fomos em pezinhos de lã até ao
corredor para não acordarmos a monitora. Estava
tudo vazio e não se ouvia um som. As portas das
outras camaratas estavam todas fechadas, por isso
não podia ser uma partida. Chegámos à porta de
saída e no chão havia várias gotas verdes e azuis.
- O que é isto? – Perguntou a Catarina.
Apressámo-nos a sair lá para fora mas as luzes ainda
estavam todas apagadas. Perto da entrada também havia
umas gotas iguais que nós decidimos limpar com papel da
casa de banho para que mais ninguém as visse.
Já devia estar quase na hora de ligarem as luzes por isso voltámos silenciosamente para a
camarata para contarmos as novidades às outras.
Nessa manhã estávamos todas preocupadas em tentar descobrir o que se tinha passado
pois só nós as duas é que tínhamos ouvido o barulho.
- Eram os monstros de certeza! – Dizia a Ritinha.
Nós não queríamos acreditar nisso mas a verdade é que
mais ninguém estava de pé e aquelas gotas eram muito
suspeitas. Ainda não tínhamos contado nada à monitora
porque ela podia achar que estávamos a inventar e
decidimos guardar segredo.
O dia começou com um bom pequeno-almoço, já que tínhamos que ter força para irmos
a pé até à praia de Quiaios. Estávamos todos prontos e ansiosos por brincar no mar e
fazer esculturas na areia!
Alguns ficaram com medo porque o mar estava agitado, mas era seguro desde que
ficássemos perto dos monitores, junto à costa. Ainda na praia, conhecemos os finalistas
que eram um pouco mais velhos que nós. Eles disseram-nos que estavam tristes por ser
o seu último ano na colónia mas contentes por terem feito grandes amizades.
Depois de passarmos umas horas na praia a fazer vários castelos de areia e outras
esculturas esquisitas, regressámos à colónia para podermos almoçar. Conseguimos falar
com a nossa família para dizer que estava tudo bem, mas sem contar a nossa aventura...