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25 ESCRITA CRIATIVA

Os dias foram passando e em algumas noites, acordávamos de

madrugada com o barulho das vozes que pareciam rir-se e

depois paravam. Agora não eram só as crianças mais novas que

estavam com medo porque nós também estávamos assustadas.

Até que um dia, os risos foram interrompidos por um barulho

muito alto de alguma coisa a cair. Ouviram-se alguns passos

apressados no corredor mas já estávamos todas acordadas,

incluindo a monitora, que abriu a porta para ver o que se

passava lá fora. As outras portas abriram-se depois e todos

olharam para o corredor vazio.

Os monitores juntaram-se e dirigiram-se até à porta de saída.

Fomos todos atrás seguidos pelos finalistas.

- O que é que esta areia faz aqui? – Os monitores estavammuito admirados – espero bem

que não seja uma brincadeira!

Havia um rasto de areia da praia no chão da entrada. Eu e as outras raparigas não sabíamos

o que estava a acontecer mas como já era a quinta noite em que ouvíamos os barulhos,

decidimos que na noite seguinte faríamos uma vigia.

Nesse dia combinámos as seis ficar acordadas o máximo de tempo possível. Primeiro

começavam as gémeas, depois a Marta e a Leonor e por fim a Francisca e eu.

Estávamos com algum medo que os monstros percebessem que

estávamos acordadas e tentámos não fazer barulho.

Quando chegou a minha vez e da Francisca, havia um

grande silêncio nas camaratas porque estavam todos a

dormir... todos menos os monstros. Ainda não havia

sinal deles e decidimos ir andando devagarinho para

perto da saída. Quando estávamos a chegar ouvimos as

portas de dois dos quartos a abrir e, com medo que fosse

um monstro corremos para a casa de banho. Abrimos a

porta, espreitámos um bocadinho e vimos uma fila de crianças

a andar pelo corredor. Eram os finalistas!

- Eu sabia que eram eles! – Disse a Carolina.

- Não sabias não! - Disse a Catarina.

Abrimos a porta para os apanhar em flagrante e eles assustaram-se.

- Então eram vocês!