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Quando chegaram, dirigiram-se ao barco e encontraramuma criança a chorar e mais

cinco pessoas em condições desumanas, com fome, sede e frio.

Os elementos da capitania tentaram falar com eles, mas estes não os entendiam.

Certamente eram migrantes ou refugiados.

Chegou o momento do comandante da capitania pedir todos os recursos de apoio em

terra para socorrerem e cuidarem daquelas pessoas, e rebocaram o barco até à praia.

Entretanto chegaram ambulâncias com médicos e enfermeiros e aqueles migrantes

tiveram os primeiros cuidados médicos.

Como já estava anoitecer, os monitores e eu tivemos que regressar à colónia. Fiquei

com pena, pois queria saber o que ia acontecer àquelas pessoas.

Quando os meus pais ligaram, contei-lhes o que tinha sucedido. Eles disseram que

todos os dias isto acontece, só que estes migrantes felizmente tiveram mais sorte.

Na manhã seguinte, perguntei aos monitores se tinham mais alguma novidade

relativamente aos migrantes. A monitora Joana disse que felizmente estavam bem de

saúde.

Eram imigrantes Sírios que fugiram da guerra e que foram abandonados à deriva no

mar, mas iriam ser encaminhados para uma instituição de apoio aos migrantes.

Fiquei contente pelo final feliz daquelas pessoas. Nem quero imaginar o que poderia

ter acontecido caso não fossem socorridas.

As férias continuaram com as idas a praia, os passeios e as brincadeiras. Até que

chegou o último dia.

No último dia, na festa de despedida a monitora Joana chamou-me ao palco e disse

que estava presente uma pessoa que me queria dar um abraço.

Qual o meu espanto! Era a criança Síria. Deu-me o abraço e disse:

-Obrigado.

Agradeceu-me em Português. Fiquei emocionado e referi:

-De facto estas férias foram a melhor aventura da minha vida...

Pedro Ajuda